Humor e Amor

Ok, ok, admito! Ando pessimista quanto ao amor. Não acredito em romance. Tenho a impressão que os homens ou são gays ou são brucutus, sem meio termo. É meu tempo de baixo astral, e todo mundo tem direito a ele, vez ou outra. Venho achando tudo muito artificial. Um jogo de desesperados. Uma coisa de correr atrás de algo que ninguém sabe o que é de verdade. Parece que o povo anda se contentando com menos, só pra não ficar sozinho. Tanto quem está solteiro (aquele olhar de angústia na noite, sabe?) quanto quem está casado (aquele eterno papo de “ah, mas ele tem qualidades…”). Parece que não existe luz no final do túnel. Será?

Então, tentei parar para pensar nos meus dias felizes. E, com isso em mente, sentei e comecei a observar alguns casais. Tem esses dos quais eu  estava falando. Esses que ficam olhando cada um pro seu iPhone e que não interagem, não tem assunto. Não convivem nem quando estão sentados, só os dois, na mesa de um restaurante, detalhe, à luz de velas. Daí tem um outro tipo, aquela parcela que está no início do relacionamento, com aquelas risadinhas nervosas e os papos sem noção do começo, é quando a gente acha tudo lindo. Mas, tudo bem, considerando esses, tem alguns que a gente observa que já passaram dessa fase. Tem intimidade, são cúmplices. Reparam nas outras pessoas, fazem fofoca. Enfim, tem assunto. O que eles tem de especial? O que faz dar certo, afinal?

Ouvi uma afirmação interessante: 60% do sucesso com uma mulher está em fazê-la rir. Gostei disso. Afirmação de quem confia na própria inteligência, se acha interessante. Fazer uma mulher inteligente rir não é fácil, exige competência. Olhei para esses casais bacanas, amigos, de alto astral e concluí: eles riem muito juntos

Tem coisa mais gostosa que passar um tempo com alguém que te faça rir? Alguém que sorri para você e você só consegue sorrir de volta. Uma cadência de sorrisos e risadas que só pode ser chamada de afinidade, ou de paixão, ou de amor… depende o grau de envolvimento e a pré disposição dos sujeitos.  Tem coisa mais gostosa que fazer sexo sorrindo? Ou mesmo rindo um do outro? Se eu puder arriscar, diria que essa risada gostosa, solta e sem reservas é o segredo. Quando a gente toma pileque juntos, sem se preocupar com o ridículo. Quando a gente faz aquela careta horrorosa, ou aquela dancinha ridícula só prá ver o outro se divertindo com a nossa cara. Quando se olhar e sorrir é tão natural que a gente nem percebe que está sorrindo.

E aí você me diz que o tempo vai passando, as coisas vão ficando massantes e não há o que faça esse encanto durar para sempre. Gente, não precisa durar para sempre. Existem milhões de sorrisos no mundo, prontos para serem desfrutados, apreciados e compartilhados. Quando um outro sorriso qualquer passa a te prender mais e mais, é hora de pensar em mudança. Dói, machuca, mas é a vida. E quando termina, se foi bom, divertido e válido para os dois, provavelmente vocês vão continuar rindo juntos, de muitas coisas. Basta saber levar o depois, tão bem quanto levou o durante. Impossível? Não, não é! Difícil, sim…

É isso, eu acho. Levar as coisas com menos cerimônia, menos desespero e sem nenhum senso de obrigação (a obrigação de achar alguém e fazer dar certo mata qualquer relacionamento). Rir e se fazer conhecer no seu sorriso. Mostrar sua verdadeira risada. Até mesmo aquela que faz barulhos animalescos ou que faz a coca-cola sair pelo nariz.

Homens e mulheres. Sorriam uns para os outros. Sorriam com os olhos, riam com o coração.

Pronto, romântica outra vez!

1 comentário sobre “Humor e Amor

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