X Games 17

Parece que é da natureza do homem superar limites em busca de um sonho. Desde a vez em que desafiamos a gravidade e damos nossos primeiros passos, queremos ir mais além, até que crescemos e então desejamos voar. Uma prova disso pôde ser vista nesta 17ª edição dos X Games em Los Angeles (EUA).
As olimpíadas dos esportes de ação traz, a cada ano, atletas de diferentes nacionalidades que arriscam suas vidas para provar que o impossível é apenas uma questão de tempo. Em cada edição, somos surpreendidos pela criatividade e ousadia desses artistas. Esse ano não podia ser diferente, confira agora os principais acontecimentos desses quatro dias de competição.
Como o skatista Pedro Barros foi assunto de nosso último post, iremos começar pelo brasileiro que em 2010 ficou com o X de ouro. Acostumado a vencer todas as competições de bolw que participou nestes últimos dois anos, Pedrinho entrava na competição como um dos favoritos, mas como nem sempre vivemos de vitórias, o garoto prodígio foi surpreendido pelo norte americano Raven Tershy.

Ano passado, Pedrinho saiu com a medalha de ouro em sua estreia nos X Games. Nesta edição, o campeão também era um novato. Em sua primeira participação no evento, Raven conseguiu conquistar o lugar mais alto no pódio, deixando a prata para Pedro Barros.
No skate street também foi de estreias. O brasileiro Luan de Oliveira fez uma apresentação impressionante, passando para as finais com a nota mais alta das eliminatórias, mas saiu da competição com o segundo lugar. A criatividade e a forma que Luan aproveitava a pista foi de encher os olhos daqueles que esperavam por um espetáculo.
Continuando no street, esse ano tivemos a maior participação brasileira feminina em uma mesma competição. Leticia Bufoni, Jéssica Florencio e Eliana Sosco foram nossas representantes. Das garotas, Leticia foi a única a subir no pódio, a atleta ficou com a medalha de bronze.

Na megarrampa também tivemos mais vitórias. Mesmo com o ombro machucado, Bob Burnquist mostrou que queria o X de ouro de qualquer jeito. Apesar das dores sentidas após cada manobra mal sucedida, Bob continuou até acertar uma bela combinação passando o Gap de Switchstance 540º e um inédito 540º double grab no quarter pipe. Bob não foi o único brasileiro a subir no pódio, Edgard Vovô ficou com o bronze que veio mais com um gostinho de ouro.
Mas não foi apenas a manobra de Burnquist que deu o que falar. Esse ano as atenções estavam voltadas para o garoto de 14 anos, Mitchie Brusco. Mitchie era o atleta mais novo na competição do Big Air da edição 17 dos X Games. O garoto pretendia acertar o combo 720º no gap e 900º no quarter. São poucos os atletas que conseguem realizar o 900º e Mitichie já o acertou, se conseguisse nesta competição, o garoto tinha grandes chances de levar o primeiro lugar.
Saindo do skate e indo para o BMX, tivemos a participação de Diogo Canina que por duas vezes ficou com a medalha de prata na modalidade, mas esse ano não subiu ao pódio. Diogo sabia que a competição ia ser difícil, o atleta já estava há algum tempo sem subir na bike para estudar e foi para a competição querendo mais se divertir. O ouro no BMX ficou com o venezuelano naturalizado brasileiro, Daniel Dhers que fez uma volta espetacular.
Assim se encerram as participações tupiniquins no X Games, mas ainda existem dois fatos que merecem destaque. A “zica” de Pastrana e o brilhantismo de Shaun White.
Travis Pastrana tinha uma grande meta para esse ano e iria jogar alto por ela. Pastrana se propôs a realizar uma manobra nunca feita antes no FMX, estrear nas categorias mais prestigiadas do automobilismo norte americano, a NASCAR e uma corrida no Rally dos X Games. Se tudo tivesse ocorrido como planejado, teria sido um grande espetáculo, mas parece que esse ano, a sorte não acompanhou Pastrana.
Na primeira promessa do inédito backflip 720º Travis não parou em cima da moto, resultando no pé e o tornozelo direito quebrado, mas isso não o fez desistir das outras metas. Com o auxílio de sua equipe, Pastrana desenvolveu um jeito de participar do Rally, acelerando o carro no volante, já que estava com a perna imobilizada. Tudo ocorria bem, até chegar na última volta da corrida. Faltando pouco para acabar, parecia que Travis iria conseguir cumprir essa promessa, mas acabou batendo o carro e terminou em sétimo lugar. Para completar, o ouro ficou com o seu rival nos tempos do Moto X Freestyle, Brian Deegan. Veja o vídeo da queda de Pastrana.
O “Tomate Voador” Shaun White, é dono de 15 medalhas no Winter X Games no snowboard e veio mostrar que também tem uma boa base no skate vertical. Esse ano White ganhou seu segundo ouro na modalidade. Suas manobras além de técnicas, foram bem agressivas, lembrando sua postura nas competições de neve. Faltando pouco tempo para acabar a competição, Shaun conseguiu mandar uma linha boa, aproveitando o erro dos outros atletas o tomate ganha de virada.
As olimpíadas dos esportes de ação chega nais uma vez ao fim. Será que na próxima edição veremos o 720º de Pastrana ou o 900º no Big Air? Algumas questões ainda ficaram em aberto, mas logo veremos estes atletas provando que o impossível é apenas uma questão de tempo.

