João Pimenta apostou na experimentação em sua primavera-verão 2012. Ao propor uma coleção sem tema específico em que os homens possam tentar diferentes personalidades e estilos, Pimenta prova mais uma vez sua habilidade e liberdade como designer e incita contrapontos fascinantes, não se fixa, lança múltiplas possibilidades. A silhueta pode ser definida como ampla na parte de baixo e um pouco mais ajustada na parte de cima. Em alguns momentos da apresentação, as calças apostam em maxi-volumes nas pernas que surgem de ajustes de pregas no quadril, em peças que mais se assemelham a vestimentas de samurais. Os paletós ora ganham ombros estruturados, ora surgem desabados, confortáveis, com ou sem lapelas estreitas (um hit, como já dissemos). As transparências surgem em jogos de comprimentos protagonizados por maxi-regatas que modernizam e a clássica alfaiataria, – praia e bossa do estilista, que ousa mais uma vez ao propor o uso de tecidos tipicamente femininos como gazar, organza e tafetá numa coleção masculina. Um luxo a releitura dos trajes clássicos masculinos, como as gravatas borboletas estilizadas que aparecem mais ao final da apresentação. Um alívio numa semana de moda tão ausente de propostas realmente inéditas para os guarda-roupas masculinos.