Cavalera
A Cavalera abriu os desfiles do terceiro dia da São Paulo Fashion Week com uma apresentação ao ar livre, à beira do lago no Parque do Ibirapuera. A inspiração mexicana ficou clara com a presença de lutadores mascarados da chamada “lucha libre” do país, esqueletos e noivas cadáveres na passarela durante toda a apresentação. A trilha sonora trouxe a outra referência da marca para a próxima estação: Janis Joplin. Uma viagem aos anos 70 e o movimento hippie.
O jeans, DNA da marca, ganha aparência de couro (o chamado “leather) em modelo boca de sino para elas e com presença de zíperes em lugares inusitados. No primeiro look masculino apresentado, a calça masculina ganha mais volume justamente com o auxílio deles. Se fechados completamente, o fecho de correr deixa os bolsos e o excesso de tecido escondidos. Talvez esteja aí a grande contribuição da marca para a temporada.
A estamparia divertida traz colorido ao desfile. Frida Kahlo, Bart Simpson, caveiras e esqueletos entram no lugar da batida águia, símbolo da marca. As camisas vêm em azul, amarelo e verde e dão abertura para a explosão de cores que vem em seguida. O floral passa rápido, quase desapercebido e fica apenas nas produções femininas. A coleção fica colorida e ganha cara de verão com peças assimétricas, cheias de babados e que parecem feitas de retalhos. Camisa sem manga, golas estreitas, peças bicolores, com lado esquerdo rosa e direito verde e por aí vai. As cores chegam ao seu auge na utilização dos tecidos dos ponchos mexicanos em bermudas e calças masculinas e hot pants para as garotas.
O ponto alto da primavera-verão 2012 da Cavalera é a desconstrução da alfaiataria. As peças aparecem mixadas e sem acabamento, como se não estivessem prontas para entrar na passarela. Coletes com mangas, desfiados, botões de blazers, camisas sem manga trazem peças clássicas para a rua, praia onde circula o consumidor da marca.
















































