Reserva

A carioca Reserva inaugurou os desfiles masculinos da temporada de verão 2012 da SPFW. Com o tema Cuba Libre?, a marca satirizou a ditadura e desta vez, em sua performance de passarela – a segunda consecutiva, já que na temporada passada  foi a vez do velho e bom Lobão – trouxe uma fila central de “militares” sentados em carteiras escolares e enrolando charutos com nariz de palhaço. Provocações vazias a parte, como é de se esperar de uma marca com DNA carioca, a Reserva acerta a mão em sua coleção de verão. Da crítica ao militarismo surgem boas influências. Desde os camuflados – que são dois – até casacos flexibilizados pelo uso de materiais mais leves, e de silhueta derrubada, bem mais a cara do Rio e do consumidor. Os tops são a melhor parte e a receita do verão masculino perfeito está toda na passarela. Cardigans levíssimos, camisas de golas mais estreitas, paletós quadradinhos e de lapelas mais estreitas, peças híbridas em que mais de uma camisa aparece misturada, decotes quadrados, camisas com mangas três quartos, tricôs de pontos mais abertos, transparências… Já nas calças, a modelagem é ampla, comfortável e as barras são mais curtas. Tudo isso aparece colorido por uma cartela de cores que sai do off white, passa pelo cáqui – vedete da estação – e embarca no verde musgo, verde bandeira, vermelho, azul e abre espaço para uma estamparia de penas que de longe mais parecem pinceladas abstratas. Mas o mais bacana mesmo são os camuflados.  Um deles, feitos com partes de um hambúrger e um outro, mais subjetivo, que mais parece um tecido queimado ou sujo pela fumaça de charuto. Uma coleção comercial, mas que nem por isso pode ser taxada de mediocre.

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