Swatch
A marca suíça Swatch apresentou ontem (10), sua nova coleção Color Codes, na passarela do ParkFashion. Mas como um relógio, a primeira vista um acessório que apenas compõe a roupa e se mistura a um quadro de diversos outros acessórios, pode se tornar um destaque em um desfile? O enigma foi respondido por Fabrício Maia, stylist da marca.
Inspirado no momento em que a Swatch surgiu, final de 80 e início de 90, Fabrício montou vários quadros, totalmente distintos, que dialogam entre si. Ele destrinchou o comportamento da época e selecionou cada identidade social para trabalhar os estilos de acordo com os relógios lançados. “Eu não dialogo sobre estilo, tendência ou moda, eu falo sobre comportamento”, conta o stylist ao mistermag.
Delimitando identidades que vão desde o último momento da era disco, ao grunge e ao novoclubber, a Swatch apresentou cada produto de forma que a composição do modelo servisse de vitrine para os relógios. Fabrício defende que as mudanças sofridas pelos designs foram influenciadas por toda um contexto comportamental. “Eu usei esses grupos não só para falar sobre a evolução da moda,mas para relacioná-la com a evolução artística da época”.
O pano de fundo usado para dar forma ao desfile foi o mais inusitado. O que o stylist chamou de back to basic foi traduzido por um dos maiores acontecimentos históricos. No ano 1989 o mundo parou para apreciar a queda do muro de Berlim. Mas, em vez do Another Brick on the Wall pixado pelo Pink Floyd, Fabrício usou a frase Express Yourself, tirada de uma música da musa Madonna.
Foi exatamente do contraste entre cores neon e relógios discretos, ou cores mais frias e relógios gritantes, que o acessório se transportou do cotidiano para o cenário de moda. Podemos até afirmar que o tal utensílio usado desde o século 600 a.C. em suas versões mais primordiais de ampulheta e medidores de água atravessou o século XXI e subiu ao topo da moda.
Foto: Sueli Estrela e Cristiano Sérgio










