Marco Antônio Vieira é referência em Brasília quando o assunto é moda.   Nascido em Manaus, o professor, que lida diariamente com as novas mentes criativas da Capital, passou a maior parte da infância em Londres. O estilo neopunk das bandas de rock inglesas foi seu primeiro contato com o universo da moda. “Valorizo muito o artista que cria um estilo próprio. A análise evolutiva da indumentária deve estar acima do ‘eu gosto’. O profissional deve ser ousado e estimular novas idéias”, disse. Quanto à moda masculina, ele confessou ser um grande desafio. “O brasileiro tem medo de ser ousado e resiste ao novo. Sente-se ameaçado de ter sua virilidade questionada, mas perdem a liberdade de serem eles mesmos”. Em meio aos preparativos para apresentar um novo grupo de estilistas no próximo Capital Fashion Week, em agosto, Marco Antônio conversou com o mistermag e ainda deixou aos candadatos a ingressar no mercado local um conselho: “A moda de Brasília é recente. A cada temporada surgem novos talentos, mas os que querem se destacar no mercado devem pensar global, ter visão empreendedora e vontade de trabalhar” orientou.

Confira suas 10 Regras de Estilo.

1. Bom senso. Não custa recorrer a alguma forma de consultoria de estilo. Um amigo ou amiga mais descolado (a) e elegante, um profissional de moda de confiança, uma boa publicação na área com dicas mais fundamentais. Respeitar os contextos sociais que abrigam os diferentes estilos é muito importante.

2. Estilo. Mais que seguir a moda cegamente, vale a pena batalhar pelo seu estilo. É desanimador ver como a maioria dos homens por aqui insistem na uniformização excessiva. Escolhem o que todos privilegiam, os mesmos perfumes, as mesmíssimas pólos, as mesmas grifes. Criar um estilo, aqui, equivale à assinatura de uma obra.

3. Elegância. A maior das elegâncias se instala na alma, no espírito. Pequenas delicadezas traduzidas em gestos como cumprimentar as pessoas com quem se trabalha, independentemente da hierarquia, são indispensáveis. O cavalheirismo nunca sai de moda.

4. Aposentem os bonés e regatas descontextualizadas. Pessoalmente, abomino bonés, sobretudo se falamos de homens com mais de 25 anos. Aviltante! A menos que se trate de uma partida de tênis, pólo. Bonés, fora do contexto desportivo, vulgarizam a aparência.

5. Atenção às tatuagens, piercings e alargadores. Estas interferências têm, no mínimo, dois efeitos, ambos delicados: sexualização do corpo masculino ou sua condenação à banalidade. É preciso muito discernimento ao decidir-se por estes signos de distinção da aparência. Não custa recorrer ao bom senso, item 1 de nossa lista.

6. Investimentos duradouros. Peças caras que merecem a atenção e investimento financeiro masculinos: bons sapatos, bons ternos, bons relógios. Estes itens não precisam existir em quantidade, privilegia-se a qualidade.

7. O Corpo-Design. De nada adianta ter um guarda-roupa grifado se descuidamos do corpo que é por ele recoberto. Atividades físicas, dieta balanceada, medicina ortomolecular, tratamentos dermatológicos devem anteceder qualquer preocupação com as últimas tendências apresentadas nas semanas de moda. Afinal, a moda ali exibida tem em mente o tipo de corpo resultante de muita disciplina.

8. Equilíbrio. Primo-irmão do bom senso. As noções de equilíbrio devem permear as tensões entre o casual e o chique, o excêntrico e o clássico/conservador e aquilo que desejamos projetar para o outro, nosso espelho eterno.

9. Bem estar. Evite a qualquer custo as tentativas de encaixar-se numa imagem aprisionadora que agrida seu bem-estar, seu conforto físico e emocional. Estar na moda a qualquer custo é completamente fora de moda.

10. Respeite seu biotipo. Prefira combinações de formas, comprimentos, tecidos e cores que valorizem a anatomia do seu corpo. Remetam-se ao item 1 (bom senso!) e boa moda, senhores!

Por Paulo Almeida
Fotos: Sueli Estrela