La comunicación!

Estou numa palestra. Eduardo Vizer. Uma sumidade em Comunicação. Principalmente em novas formas de comunicação. Novas tecnologias. Ele propôs algumas expressões chave: “Sujeito Móvel”, “Aldeia Global”, “Tendências”, “Mediação Social”, “TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação)”. Ele fala que o mundo está se transformando em bits. As paisagens, os tempos, as localizações, os afetos, enfim. Estamos em um novo mundo. O próprio ócio, hoje, produz conteúdo. Nosso ócio é recheado de informação, indo e vindo, através da rede.

Falando das relações, impossível não refletir sobre como tudo anda diferente. Bom, ruim, prefiro não julgar… nossa maneira de manter relações simplesmente mudou. Sabe como funciona? A gente, antes mesmo de ver alguém, conhece pelo Facebook. Vê as fotos, tem vezes que até conversa, prá depois marcar alguma coisa. E tem vezes que dá certo. Tem vezes que dá errado. Você descobre que é seu tipo de homem/mulher, mas não é o seu tipo de pessoa. Formamos, muitas vezes, uma imagem mental (construída unicamente desse nosso vislumbre virtual) que, raramente, vai corresponder à realidade.

Em nosso cotidiano, estamos cada vez mais dependentes dessa infraestrutura tecnológica para as tarefas práticas e isso vem se refletindo na nossa vida afetiva. Estamos vivendo hoje o que a academia vai chamar de “fetichismo da subjetividade” que é, tão somente, a apropriação e a reprodução das relações subjetivas e afetivas por parte dos meios tecnológicos e comunicacionais. Estas com poderes cada vez maiores de traduzir as experiências humanas em novas formas.

Hey! Esta não é uma visão acadêmica da coisa toda. Eu faço isso. Vejo alguém no Facebook e dou um jeito de conhecer. Sou chata. Coloco defeito em todo mundo. Se vejo alguém que me agrada fisicamente vou lá, ver qual é. Se já me decepcionei? 100% das vezes. Mas, quem não arrisca, não petisca. Temos novas formas de nos relacionarmos, de nos conhecermos. E sei de gente que casou pela internet. Sei de gente que se conheceu e se gostou. A esperança é a última que morre.

Só que tenho visto cada vez mais as pessoas fazendo isso. #QuemNunca colocou um notebook no colo da amiga carente e disse “abre o Facebook, tenho um carinha pra te mostrar!” Será que estamos deixando de nos arriscar? Eu sim! E vocês? Será que perdemos a confiança no acaso? No destino? Eu sim! E vocês? E onde fica o romantismo do amor a primeira vista dentro desse contexto sistematizado? Sinceramente, ainda não sei onde foi parar o meu romantismo, ainda estou procurando.

Eu curto muito as redes sociais. E, a maior parte do tempo, acho azedume quando as pessoas criticam a maneira de se relacionar pela rede. Eu acho ótimo poder falar com pessoas que estão longe e acho fantástico poder ter notícias, fazer carinho, nem que seja de longe, nas pessoas que eu amo. Se substitui? Nunca! Nada substituirá o toque. O abraço. Aquele cheirinho no pescoço. Somente isso mata a saudade, bem morta e enterrada.

Mas não gosto de ser eu a “azeda”. Gosto dessa inquietação do virtual. Como será que ele é? Como ele se mexe? Que cheiro ele tem? E a voz? Ah, a voz pode estragar tudo! É um novo tipo de mistério. Dentro de todas essas possibilidades é que estamos mergulhados hoje. Não acho certo ignorarmos tudo isso. Mas, por outro lado, acho que não encontramos a medida… acho que nos falta algo. Acho que ainda não conseguimos descobrir alguma coisa… falta uma peça nesse quebra-cabeça. Vou continuar catando os boys-magia no Fabebook. “Olhar não tira pedaço”. E vou continuar torcendo para que, um dia, minha fantasia saia do computador e se transforme na realidade mais encantadora do mundo. Jogo por jogo, por que não vídeo-games?

1 comentário sobre “La comunicación!

  1. “…onde fica o romantismo do amor a primeira vista…?”
    Ora, o que te faz olhar uma foto e querer saber mais?

    De toda a forma, também acho estranho tudo isso. E confesso: Sorte que nasci antes e já achei o que queria. Não saberia como agir. Mesmo.

    Abraço!
    E.

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