Simplicidade…

Ouvi esses dias algo como “a Scarlett Johansson é uma mulher tão maravilhosa que deveria andar só de moletom velho e meias, o tempo todo!” pensei “hummmm… como assim?”  Em seguida, um amigo me mostrou uma menina e disse “olha que coisa mais linda!” Olhei. Era uma pequenina garota de sainha preta, básica branca e sapatilhas. Rabo de cavalo e acho que nem brinco usava. A simplicidade em forma de mulher. E o homem babava, juro!

Não tô dizendo que uma produção não seja bacana. Em certos momentos é bom causar impacto. Um salto alto, um bom decote nas costas, um ombro a mostra e tudo fica mais fácil prá nós, meninas. Um lápis no olho. Nossa. O cara nem percebe, mas ele não consegue parar de olhar. E um olho no olho tem o seu valor. Acho que os homens nem se dão conta, sério! Mas nós sabemos o que colocar sobre a pele para garantir que sejamos objeto de atenção. Não tenho dúvida de que funciona.

Mas sabe que penso outra coisa? A mulher que se arruma muito, todo dia, fica sempre igual. Não causa AQUELE impacto nunca, sabe? Eu, particularmente, curto essa coisa casual (all star, calça larga, rasterinha…) no cotidiano e quando é pra abalar… é pra abalar, entendeu? Muito mais legal!

Mas voltando às produções. Andei pedindo umas opiniões masculinas. Todos disseram mais ou menos a mesma coisa. Que uma mulher montada é legal. Mas que uma mulher bonita é bonita sem produção. Hoje ouvi a melhor das histórias! De um cara que disse que nunca mais dorme com mulheres que ele conhece em casamentos, 15 anos e afins. Porque quando acorda, a mulher está sem bunda, sem peito e sem os cabelos. Enfim, a produção mascara tudo ( e, de certo, o álcool também) e na manhã seguinte acontece a surpresa desagradável. Achei engraçado! Poucos homens curtem demais essa coisa da mulher montada. A maioria fica com a menina de moletom velho e meias, andando pela casa sonolenta no domingo pela manhã. O que me leva a próxima questão…

Intimidade. Quando as coisas estão apenas começando, a mulher tende a não se mostrar como realmente é. Eu sempre me faço de durona, descolada, de malandra (tuuuudo fachada, hehehe). Acho que todas as mulheres são assim, criam um personagem no começo. E a produção faz parte disso. E os homens? O que pensam disso? Bom, aqueles com quem eu conversei  parecem estar sedentos pela intimidade de um moletom velho. Sempre acompanhado de um “depende do contexto” mas os meninos demostraram ficar atraídos por isso tudo, por essa coisa mais despojada de paramentos e apetrechos. Por uma mulher que é ainda mais linda na manhã seguinte, com o cabelo desfeito e vestindo a camisa masculina mais amarrotada do mundo.

Gosto de pensar nisso. Gosto de pensar que, no fundo, os homens, querem isso. Estar no nosso momento de descuido. No nosso momento de bocejo. Naquela hora em que a gente esfrega o olho que nem criança e faz a cara mais confusa do mundo, sabendo o quanto isso encanta e desconserta. Meu irmão foi fofo e lindo ao falar da própria mulher. Ele disse “para mim, a mulher mais sexy do mundo vai sempre ser a minha. E não só porque é ela que eu amo, mas também porque é com ela que eu me sinto bem, com quem me sinto a vontade. É com ela que eu baixo a guarda.” Baixar a guarda. Acho que está aí! Se permitir. Se envolver. E achar sexy o moletom velho. A embalagem não faz o conteúdo. A embalagem enfeita. A embalagem valoriza. Dá orgulho até. Mas acho que o mais legal é quando o cara olha a mulher, com toda aquela produção, e pensa “Pode olhar, galera! Quem vai tirar tudo isso lá em casa sou eu…”

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