Li uma reportagem na revista TPM essa semana. Aí vai o link pra quem não leu.

Achei a reportagem bem legal. A idéia é pertinente. Se por um lado existia uma carência de instrução sexual há 30 anos, hoje as crianças e os jovens estão sendo inundados por informação. E que calibre de informação está sendo disponibilizado? Quero já começar me defendendo. Não, não é caretice. Juro. Mas é uma questão séria a de o que os homens andam consumindo e entronizando como repertório na cama. Todo mundo gosta de sacanagem. Toda mulher tem suas excentricidades. Mas, querido, não faça do seu primeiro encontro um filme das “Brasileirinhas”. Não rola.

Não concordo com tudo o que a senhorinha inglesa disse. Tem coisas que considerei um exagero. A parte da depilação, por exemplo, a maioria das meninas que opta pela depilação completa o faz por vaidade, por achar bonito, por achar higiênico. E, parecer com as atrizes de filme pornô seria um bônus. Mas a realidade é que as mulheres não se identificam com aquelas meninas dos filmes. Não tem como. As mulheres da vida real são diferentes. Desculpe. Mulher de verdade é complicada mesmo. Pra tudo. Dá trabalho deixar uma mulher feliz, na cama inclusive. Uma das coisas que eu achei bem real é a parte do texto que fala sobre como o sexo no filme pornô é feito sem contato. É óbvio que é pra não atrapalhar a filmagem. Pra que o filme mostre o que, teoricamente, interessa ver. Na vida real, meu bem, muito carinho e atenção. Sim, é assim que a banda toca. Então toque, e toque muito.
Também não quero soar como um manual de conduta sexual, longe disso, são apenas sugestões… Acho que vale essa reflexão aqui. Tudo que nos afasta é ruim. E, tantas vezes, nos afastamos por conta de coisas que são, perfeitamente, ajustáveis. Acho que o sexo é uma dessas coisas. Pode ser divertido, leve e válido pra os dois. Basta que pensemos durante alguns segundos sobre o que o outro quer. E aí pode ser que o outro queira, até mesmo, uma coisa mais liberal do que aquilo a que estamos acostumados. Quem sabe? É uma questão de ficar atento aos sinais. Não precisa fazer um questionário antes. E, definitivamente, não precisa ficar pedindo feedback na hora “assim? E assim melhorou?” boring…

Outra coisa, nossas crianças e jovens tem acesso fácil, pela rede, a todo o tipo de informação referente ao sexo. É tudo muito fácil. E os pais não fazem idéia do que se passa nos netbooks que eles deram de presente de aniversário, na melhor das boas intenções (quer ter uma idéia do tamanho do estrago? Digite “sexo” no google com o SafeSearch desativado. Agora vá nas imagens…). Daqui a 5, 10 anos, todo esse repertório vai estar em uso. E como vai ser? Penso que o que ainda falta, em termos de educação e formação, é, justamente, a mesma coisa que faltava quando nós éramos crianças ou jovens. Conversa em casa. Tive sorte de nascer em uma família onde o assunto era tratado com naturalidade. Meus pais sempre foram muito tranquilos na hora de explicar, falar abertamente sobre sexo e até mesmo sobre a vida deles, como casal. Tem gente que fala, e eu acho muito engraçado, que “meus pais só transaram prá fazer os filhos” ou “ah, hoje eles não transam mais…” E ficam achando que seus pais são eunucos e suas mães são virgens imaculadas. Culpa dos pais que nunca se aproximaram dos filhos o suficiente para que fossem vistos como seres humanos com todas as necessidades humanas e instintos que nos fazem tão interessantes.

Não vou repetir muito do que a senhorinha escreveu. Então aí vai a moral da história: preste atenção no que o outro deseja. Seja claro no que você quer. Faça sexo como quem paquera, não como quem cava uma vala. Se você tem filhos, preste atenção no que eles andam vendo. Fale sobre sexo. A vergonha só vai fazer com que essa parte tão importante da vida futura do seu filho fique a cargo do google e a sua revelia. E a educação sexual é papel dos pais, sim.

Então, meninos. Na hora do vamos ver, tentem aproximar-se da realidade. Tentem aproximar-se de suas mulheres (fisicamente também). A diversão é garantida.