Copa América

A seleção argentina enfrentou a Costa Rica na última segunda-feira (11/7) pela terceira rodada da Copa América, em Córdoba. Precisando vencer a qualquer preço, Batista, técnico dos hermanos, escalou o time da forma mais ofensiva e tratou de sufocar os adversários desde o início. Com os gols de Sério Agüero (2) e Dí Maria (1), a torcida fez as pazes com os atletas.

Ao pensar em Messi, é necessário ter visto todos os jogos da Argentina durante a Copa América. Certamente, o craque do Barcelona – criticado por muitos pelas atuações anteriores- , relembrou o espírito argentino em campo e deu uma aula de futebol aos adversários. A Pulga errou apenas quatro passes durante os 90 minutos. Sem contar que Lionel criou todas as jogadas mais perigosas da seleção.

Para fazer o futebol de Messi conseguir fluir, Batista escalou um time ofensivo, com cinco jogadores à frente. Além disso, todas as vezes em que a Costa Rica dava saída de bola, estes cinco marcavam duramente desde o início do campo – como o Barcelona faz. Por sinal, os volantes Gago (pouquíssimo aproveitado no Real Madrid) e Mascherano jogaram muito.

Entretanto, havia na seleção argentina integrantes que destoavam dos demais. Era o caso de Higuaín, atacante do Real Madrid, que teve inúmeras chances de marcar gols (após toques geniais de Messi), mas desperdiçou todas. Agüero também ia mal, até marcar aos 45 do primeiro tempo. Ángel Dí Maria, autor do terceiro gol, não jogou bem na primeira etapa. Relembrando Neymar, o jovem meia do Real Madrid tinha sempre como primeira opção o drible e não o toque para companheiros.

Já no lado adversário, a Costa Rica, só elogios. Os comandados por El Bigodón, como é conhecido o técnico argentino da seleção, não jogaram fechados, diferentemente do que se esperava. Para comprovar, a Argentina chutava a gol a todo o momento. Mora, jogador costa riquenho, deu muito trabalho à marcação, já que mirava as traves, corria de um lado para outro e certamente foi o melhor da seleção vermelha em campo.

Os gols argentinos enganam. Os três tentos marcados não refletem como foi o jogo. Certamente, os hermanos poderiam ter saído com cinco ou seis, já que tinham Messi. O baixinho craque do Barcelona foi um gigante em campo e colocava, a todo instante, Higuaín, Agüero e Dí Maria com chances de definirem o jogo. O centro-avante Lavezzi entrou no segundo tempo e recebeu também um passe genial da Pulga, mas chutou a bola na trave.

Fora de campo, uma grande semelhança entre Brasil e Argentina, pelo menos na torcida, que se comporta igual a brasileira. Em 2006, colocamos a culpa no lateral esquerdo Roberto Carlos pela eliminação na Copa da Alemanha. Na ocasião, o craque dos fortes chutes não acompanhou o francês Thierry Henry e o atacante fez o gol que nos tirou do Mundial. Voltando à Copa América, argentinos já colocavam a culpa do fracasso da seleção em Messi.

Poucos e raros eram os que não culpavam pelo desempenho ruim única e exclusivamente o craque. Antes do jogo, Messi era o “espanhol”, o “desinteressado”, “descompromissado”, como o definiam torcida e imprensa argentina. No entanto, após a vitória, o jogador do Barcelona voltou a ser o melhor do mundo para os argentinos. Por lá, a Pulga sente como é ser fortemente criticado por não levar o time à vitória e ser idolatrado por comandar a seleção em um belo jogo.

Por fim, é de se entender que a Argentina volta a ser candidata ao título, não pela atuação, mas por mostrar como pode jogar. Sobre Messi: o craque ainda deve mostrar muito com a camisa azul e branca. Também imagina-se que Diego Milito possa substituir Higuaín, fazer a diferença ao marcar gols e, ao lado da Pulga, Agüero e Dí Maria, levar este time à final, como desejamos, contra o Brasil.

 

Copa América – Argentina 2011

Jogo: Argentina x Costa Rica

Placar: 3×0 para os hermanos

Onde: Córdoba

Público: Cerca de 57 mil pessoas

 

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