CFW: IESB
A Ficha Técnica do desfile dos alunos do curso de Design de Moda do IESB dizia tudo: “IESB no CFW. Surpreenda-se”. E foi exatamente o que aconteceu. Me surpreendi. E não foi pouco. Fiquei emocionada em ver que uma faculdade de moda possa apresentar um trabalho tão elaborado, rico e inusitado. Por isso que acredito na formação acadêmica para quem quer ser estilista. Durante esse desfile entendi exatamente o que cada coleção significava, sem fazer esforço. Um cuidado com detalhes, acabamento, temas traduzidos para a passarela com uma facilidade admirável.
Bem, vamos aos desfiles…
Juliana Aragão e Giovanna Maia comandaram com maestria a coleção conceitual Transfiguração de apenas quatro looks. O casulo, tema recorrente, abriga, liberta… e faz acreditar que moda também é arte. Eu acredito! Eu acredito!
A coleção Delírios seguiu, do grupo do Dragão Fashion. Delirante! Peças muito bem acabadas e muito usáveis. A esquizofrenia mesmo, só apareceu no final com as duas camisas que viraram vestido. Um insano sano bonito, divertido e comercial.
João Santoro e Maria Paula Azevedo ou Mary & John, segundo o nome da coleção, construindo e desconstruindo. Nem preciso dizer mais. Peças que se transformam, um urbano que lembra os anos 80, mas não é bem 80. É 2009 com um ar saudosista alto astral. Deu pra entender? Bem, foi isso. Looks femininos e masculinos divertidos e multiuso. Tudo de bom.
O Mediterrâneo é aqui. Ou pelo menos foi durante o desfile da estudante/estilista Anna Paula Osório. Uma coleção 100% masculina. E masculina com M maiúsculo. Está mais do que na hora de acabar com o preconceito. Homem tem que ousar mais. Moda também é isso. E essa coleção mostra que roupas masculinas podem sair do óbvio e ainda manter uma elegância inesperada. As cores, os tecidos. Crus. Pitadas de cor que lembram o pôr do sol numa praia grega. Me senti transportada. E tenho certeza que Anna Paula será transportada também. Só que ela vai LONGE!
Por Juliana Moreira Lima

Gostamos de tudo que vimos aqui em Brasília, mas os “quatro looks” das alunas Juliana Aragão e Giovanna Maia nos surpreenderam. Como pode meninas tão jovens serem capazes de apresentar propostas tão conceituais? Garotas, o talento de voces não está direcionado para o “comercial”. Trabalhamos com produções cinematográficas e querem saber? Voces devem investir na produção de figurinos para nossa indústria cinematográfica. O trabalho apresentado está muito bom.