Sandra Lima
A arte sempre fez parte da vida de Sandra Lima. A estilista lembra com detalhes de uma antiga penteadeira que brincava quando ainda era criança. Com as roupas e apetrechos da mãe, a brasiliense entendeu bem cedo que gostaria de trabalhar com imagem e suas diversas formas de interpretação. As aulas de balé, que praticou durante 15 anos, também ajudaram na formação da designer. “Entra na passarela tem a mesma sensação de entrar no palco”, afirma.
O desejo de estudar moda ficou guardado por anos. Para cursar uma faculdade especifica no assunto, Sandra Lima teria de ir no mínimo para São Paulo. Na época, o curso do Senai era um dos poucos disponíveis no país. Como não estava dentro das possibilidades, a brasiliense resolver apostar na carreira da maioria de seus familiares. Sandra Lima é formada em Pedagogia e até hoje trabalha na área.
Com emprego fixo, casada e dois filhos, a brasiliense percebeu que estava na hora de realizar seu desejo de trabalhar com moda. Atualmente, além de pedagoga, ela também é formada em Gerência de Produção pela faculdade AD1. As duas profissões de Sandra Lima se unem durante seu processo criativo. “Meu trabalho de pedagogia está todo dentro das minhas criações. Invento uma poesia para depois desenvolver uma roupa”, explica.
Para o ensaio, Sandra Lima trouxe um chapéu que
apresentou no seu primeiro desfile no Capital Fashion Week
O Alto Verão 2011 Sandra Lima
Além de textos, músicas, fotos e filmes ajudam no desenvolvimento das suas coleções. Todos os objetos ficam guardados em um caixa. Quando pode, a estilista revê tudo e a partir das referências ela cria suas peças. A coleção que Sandra Lima apresentará no Capital Fashion Week no fim deste mês é inspirada em uma mulher moderna, contemporânea. O texto que dará base ao processo criativo já está pronto. Mas os principais detalhes, ela só mostra na passarela.

RAIO-X
|SANDRA LIMA. 42 ANOS. BRASILIENSE|
Você se recorda qual foi o momento mais triste pelo qual já passou?
A morte do meu primeiro filho.
E o mais feliz…
Quando nasceram meus filhos. Ter filhos é tão angustiante quanto perder.
Qual melhor lembrança que guarda da sua infância?
Eu debaixo de um pé de amora. Sou apaixonada pela fruta.
O que te irrita?
Falta de comunicação. As iniciativas isoladas quando se trabalha em grupo.
E nesses momentos de raiva, qual palavrão você costuma sair?
Merda!
O que é um programa de índio pra você?
Fica sentada em uma mesa de bar batendo papo com pessoas desconhecidas.
Pra onde vai quando quer pensar?
Aqui em Brasília me tranco dentro do meu quarto. Mas também gosto de ir para Pirenópolis em Minas Gerais. Já fui pra lá sozinha. Nada melhor que ficar quietinha em um canto.
Fora Brasília, gostaria de morar aonde?
São Paulo. Sou apaixonada pela capital.
Você prefere dias de sol ou dias frio com chuva?
Gosto dos dois, mas chuva me atrai bastante. Fico mais aconchegada.
Tem algum medo?
Tenho medo de ter medo.
Tem alguma habilidade que poucas pessoas sabem que você possui?
Ah, eu dirijo muito bem.
Tem algum TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)?
Guardar coisas. Colocar um caixinha dentro da outra e não jogar nada fora.
O que você gosta de comer?
Macarrão à bolonhesa ou com molho branco.
Tem alguma bebida alcoólica que gosta bastante?
Caipirinha.
E o que não comeria de jeito nenhum?
Gafanhoto ou qualquer outro inseto.

Tem alguma temporada de algum estilista que você gostaria de ter assinado?
Tudo que Rei Kawakubo já fez.
Qual estilista brasileiro você leva como referência?
Jum Nakao.
E um estrangeiro…
Sou apaixonado pelo John Galliano.
Em qual semana de moda você gostaria de apresentar seu trabalho?
Nova York. A semana de lá tem uma linguagem mais contemporânea.
O que nunca deveria sair de moda?
Liberdade de usar o que quiser sem ser criticado.
Qual peça você gostaria de ter inventado?
O chapéu. A gente quase não usa, mas que poderia ser resgatado.
Se pudesse escolher, qual pessoa sempre usaria as peças da Sandra Lima?
Minha tia que sempre foi referência de moda pra mim.
Tem algum “pecado fashion” que as pessoas cometem que te incomoda?
Pecado é não ser autêntico. Copiar. Usar algo que não gosta só pra se encaixar no grupo.
Você lida bem com críticas ao seu trabalho?
No início me machucou bastante. Hoje já percebi que não tem mais saída. Eu estou fazendo o que quero e pronto.
Quem sempre estará na “Fila A” e na “Fila Z” dos seus desfiles?
Nas primeiras filas meus amigos, que estão a fim de me ver. Já a “Fila Z” nem deveria existir.
FICHA TÉCNICA
Fotografia: Bruno Santiago | Produção executiva e texto: Leandro Morais (@_LeandroMorais) | Agradecimentos: Sarah Cortez
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