6 dicas para apreciar um bom vinho
Tudo bem. A prateleira de vinhos à sua frente não lhe diz lá muita coisa. Branco? Tinto? Merlot? Carbernet? E agora?
Para te salvar dessa enrascada, conversamos com Guto Jabour, proprietário do Gourmet Butler, um clube de vinho criado especialmente para quem ama e quer conhecer cada vez mais sobre enologia e gastronomia, e pinçamos 6 dicas (incríveis) para apreciar um bom vinho. Vamos lá?
1. Há algum macete ou regra para conhecer melhor um vinho?
Hoje em dia não é muito difícil conhecer mais sobre os produtos que consumimos. A internet aproxima as pessoas e dispõe um leque de informações ao alcance da mão em qualquer lugar. Há aplicativos como o “Vivino”, que compartilha experiências de diferentes pessoas com o mesmo vinho, e é uma ferramenta muito interessante a se levar em consideração. Há ainda os sites próprios de produtores, importadores e vendedores, que disponibilizam muita coisa sobre o produto que vendem, como nós da Gourmet Butler.
2. Há alguma uva que agrade a maioria das pessoas?
Assim como acontece com comida, cada um tem seu gosto e preferências quando o assunto é vinho. Há quem não consiga gostar de maravilhas, como o gorgonzola e o pequi e as uvas tem suas características individuais. Você pode se identificar mais com umas que outras, mas uma avaliação prévia de um bom vinho pela uva pode ser um péssimo engano! Em junho fizemos uma seleção batizada como “Terroir”, a idéia era mostrar vinhos da mesma uva (no caso Cabernet Sauvignon) e de sabores e origens completamente diferentes. Ficou muito claro o quanto o terroir e todos os fatores influenciadores além da uva fazem diferença no produto final. Claro que se você não gosta de vinhos muito encorpados e taninos potentes não recomendo que prove um Tannat que estagiou por muito tempo em carvalho, mas existe o outro lado da moeda. Cabeça aberta ao experimentar um vinho é a chave para descobrir suas preferências.
3. Dá para comprar vinho no supermercado?
Não é muito recomendado que se compre vinho em supermercados, já que raramente as condições de armazenamento são ideais. Geralmente ficam expostos a luz, em posição vertical sem a refrigeração adequada, e tudo isso contribui para que a qualidade do produto caia. Claro que em uma situação de emergência, abrimos uma exceção.
Mas o lugar ideal para se comprar um bom vinho é em adegas ou lojas especializadas, ambas encontradas sem muita dificuldade atualmente. Se quiser conhecer mais sobre vinhos e obter recomendações de especialistas, você pode entrar em um clube de vinhos como o Gourmet Butler. Todo mês vão receber vinhos analisados quanto a seu custo benefício por uma equipe de entendedores em casa. Quando conhecemos uma garrafa que particularmente nos agrada, é difícil fugir dela sempre que for comprar um sozinho, o risco de comprar algo que depois não goste pode ser grande.
4. O que devo observar na hora de serví-lo?
Há vários cuidados que os sommeliers e enólogos recomendam. Alguns podem parecer exagero, mas é bastante importante observá-los. A temperatura em que as garrafas são servidas faz muita diferença na percepção de quem toma. No caso de um Pinot Noir, entre 10ºC e 14ºC, mas a maioria dos tintos entre 16ºC e 18ºC, os brancos entre 9ºC e 10ºC (30 minutos em uma geladeira comum são o bastante) e espumantes e champagnes até 12ºC. Recomendamos também o uso de um abridor para tirar a rolha com a menor quantidade de danos possível (sem partí-la ou esfarelá-la). Quanto a taça, há vários tipos para cada tipo de vinho. Um Pinot Noir, por exemplo, é idealmente servido em uma taça bem larga para liberar melhor os aromas contidos no líquido.
Mas para a apreciação do dia-a-dia, um tipo de taça de cristal basta para a maioria. Já os espumantes devem ser apreciados em taças mais finas e compridas, as flute. Assim não se perde muito do gás.
Depois desses cuidados, basta curtir!
5. É preciso mesmo ficar fazendo aquela cena toda para “degustar” um vinho?”
Na verdade, não. Com o tempo e costume, as cores, os aromas e os sabores vão ficando mais fáceis de se reconhecer, uma questão de prática. No começo alguns fazem muita cena por achar bacana ser um “entendedor” de vinhos. A percepção de algumas características em certos vinhos exige uma certa atenção e mais de uma prova, o que faz parte da experiência, a “evolução” do vinho ao longo do tempo que ele permanece no copo.
Tudo depende da sua intenção ao beber. A apreciação não necessariamente engloba olhos fechados e minutos de silêncio seguidos de “…tabaco e frutas negras”. A experiência pode ser focada em curtir o vinho que esta à mesa, os amigos ao redor e a comida que acompanha.
6. Algum vinho de bom custo/benefício que seja bacana para uma ocasião especial?
Com certeza! O maior desafio de comprar vinho sozinho é achar aquele com uma boa relação custo/benefício. A primeira coisa a considerar é que os vinhos são produtos, e como qualquer outro disponível no mercado, seguem as leis da oferta e da demanda. Portanto, um vinho de baixa qualidade que já foi barato e vendeu muito, pode ficar caro sem oferecer nada a mais, assim como alguns novos no mercado, cujo preço ainda é baixo, podem ser bastante agradáveis. Há também aqueles que foram produzidos para serem vendidos por preços mais elevados e outros que para serem vendidos por valores menores. E a qualidade deles varia de forma espantosa a primeira vista. Vamos deixar aqui 3 dicas:
1. Quinta do Assobio Tinto
Para acompanhar carnes vermelhas, como uma boa picanha na brasa, sugerimos o Quinta do Assobio Tinto. De paladar elegante e jovem, de taninos finos e final com acidez equilibrada, o Quinta do Assobio Tinto foi premiado com 94 pontos no Wine Enthusiast. Não por menos. Um vinho delicioso, de fácil compreensão e apreciação. Evolui bem depois de aberto e irá surpreender quem o degustar. Custa R$ 75, em média.
2. Cuvée de Galets
Se o menu engloba queijo, carnes vermelhas, embutidos e aves, a sugestão é o Cuvée de Galets. Produzido de forma orgânica no Vale do Rhône, esse vinho consegue expressar muito bem a fruta e mineralidade da região. Um vinho com muita tipicidade, delicioso e bom para expandir ainda mais seu conhecimento sobre o vinho. R$ 78, em média.
3. Marquês de Griñon El Caliza
O Caliza é um vinho saboroso e com grande versatilidade gastronômica. Acompanha uma variedade de tapas, entradas típicas da Espanha, um bom presunto serrano espanhol ou pratos mais estruturados. Custa R$ 93, em média, e é hoje um dos vinhos mais apreciados nos grandes restaurantes de São Paulo.
*todos os preços foram cotados no site Wine Brands.



