Ando pensando tanto sobre o que é o relacionamento ideal. Perguntando também. Muita gente diz que não existe, que nunca se é feliz por completo. Deve existir, pessoal! Tem tanta gente que dá certo. Vejo tanto casal legal! Gente que se ama, que fica agarradinho trocando sorriso na mesa do restaurante. Que se olha emocionado quando toca determinada música. Aquele casal que exala cumplicidade, sabe? Fico olhando, olhando, e tentando captar o que faz essa liga? Qual foi o acordo que deu certo ali?

Quando saio na companhia de casais de amigos (ah, não tenho problema nenhum com isso. Acho uma bobagem sem tamanho aquelas pessoas que são casadas e só convivem com casais ou são solteiras e só saem com solteiros), sempre fico observando essa dinâmica. Porque a gente, às vezes, conhece melhor um ou outro ou os dois, em separado. Mas os dois juntos viram uma outra coisa. Esse negócio nos casais é legal. A maneira como um modifica o outro, no bom sentido. Acho fofo! Tenho observado algumas coisas interessantes. Acho que agora que estou “de fora” dessa categoria consigo prestar mais atenção às coisas que acontecem quando duas pessoas decidem ficar juntas, pra dar certo. Decidi perguntar, pra homens e mulheres, o que eles acham que faz dar certo. O que dá essa sensação de estar no lugar que é feito pra ser seu? O que nos faz querer “estar ao lado daquela pessoa mesmo querendo esganá-la”, como me disse o meu amigo Chico de BH (aliás, que forma junto com a sua Rachel um dos casais mais fofos que já vi! E essa citação foi uma homenagem especial pelo casório).

A maioria das pessoas falou sobre as diferenças. Curioso, não? Quase ninguém citou as semelhanças. E, mesmo quem citou, chegou em um conceito mais complexo dessas “afinidades conflitantes”, citando novamente o Chico. Falou-se de tolerância. Falou-se de carinho. Falou-se sobre estar ao lado de alguém que te instiga, te perturba de alguma forma. Que te deixa inquieto e ao mesmo tempo relaxado. Falou-se de alguém que te prende, sem explicação, alguém do qual não se consegue tirar os olhos. Alguém que te causa admiração. Assombro, encantamento. E, pra completar, uma paz que constrói a rotina. A sensação de conforto e comodidade que acaba se instalando ao longo dos anos. Se o conforto é ruim? Não sei. Pra mim foi, depois de um tempo. Já pra outros é essencial.

Tenho visto coisas. E, apesar da minha atual preguiça para relacionamentos, tenho observado o quanto é possível. E gosto tanto de ver essa gente aos pares, se olhando, se curtindo. Se puder apontar uma direção, mesmo que remota, acho que é: procure alguém que te inquieta. Procure alguém que te cause admiração. Procure, não alguém que te ame muito, mas sim alguém que te inspire mais que amor, te inspire medo. Procure alguém que faça o tempo voar, que tenha o cheiro que você lembre quando tem saudade. Procure alguém que tenha os olhos no futuro, naquilo que você ainda não pode ver. E que tenha a mão firme na sua mão. Que te leve em frente. Que te deixe inseguro, a ponto de quase te fazer pirar, e que, em um simples sorriso, transforme o mundo de novo naquele lugar amigo e quentinho, que só esse alguém conhece junto com você. Procure alguém que não combine totalmente com você. Procure alguém que te desequilibre. Vertigem pode ser uma boa palavra. Pra terminar quero citar um outro amigo que deu uma receita bacana:

“O que faz um bolo dar certo? ( e, nessa comparação, considere o tesão como o fermento da relação. E lembre-se que o bolo mais lindo e enfeitado nem sempre é o mais gostoso ^^ )”

E aí? Já tem a resposta?