Sann Marcuccy
				A obra do venezuelano Jesus Soto, um dos maiores expoentes da arte cinética, inspirou o inverno 2011 do brasiliense Sann Marcuccy. A exemplo da essência dessa corrente das artes plásticas, que utiliza linhas e formas situadas de maneira a gerar vibrações visuais, a coleção surge pontuada por sobreposições de padrões e estampas, num jogo de volumes e formas óticas. “A arte em si depende do telespectador. Quis trazer a idéia de que a roupa vista de frente é uma coisa, de lado é outra”, explicou. No feminino, saias e vestidos apostavam ainda na assimetria e em um jogo de volumes que ora surgiam esvaziados, ora apareciam inflados por meio de cordões que drapeavam o tecido.
No masculino, um diferencial permeou as peças. Um hibridismo de gêneros proposto pelo estilista derrubou a silhueta, propôs brilhos, paetês e peças mais justas na parte de baixo. “Queria dar feminilidade aos looks. Não abalei o gênero, fiz a roupa sem pensar na combinação. O resultado foram peças inovadoras em tons de branco, preto e cinza, com conceito bem europeu. Calças justas e de malha, e acessórios que no Brasil não existem na moda masculina.
Toda a coleção foi produzida em apenas em três cansativas semanas, com destaque especial para a dificuldade de elaboração do masculino. “É muito difícil ter que mesclar o gênero feminino ao masculino porque a mulher atenta para uma coisa e o homem para outra. Isso requer muita concentração e estudo. O estilista tem que esquecer os gêneros e produzir, para no fim unir o que, com certeza, dá certo.”
Veja também o vídeo exibido antes da apresentação do estilista
*com Júlia Coêlho e Giurla Martins






























