*com Leandro Morais

As séries estão para os americanos como a novela está para o público tupiniquim. Entre super produções, dramas envolvendo vampiros de tirar o fôlego e até musicais que resgatam as plumas e paetês da Broadway, há roteiros para todos os gostos. E a produção Mad Men não foge a regra.

Criada pelo escritor e produtor de The Sopranos, Matthew Weiner, a série estreou em 19 de julho de 2007, pelo canal AMC. A história se passa em 1960, na fictícia agência de publicidade “Sterling Cooper”. O foco da trama está na vida do publicitário “Donald Draper” e nas pessoas fazem parte de sua vida dentro e fora do escritório, além de mostrar as mudanças de comportamento da “América dos anos 60”. 

A fórmula deu mais que certo. Somente este ano, o seriado levou dois prêmios Emmy. A produção abocanhou a melhor nas categorias “Melhor Série Dramática” e “Melhor Elenco de Série Dramática”. Isso sem contar com outros 40 prêmios, quatro Globos de Ouro e mais outros nove prêmios Emmy. As conquistas são reflexos do sucesso com o público.

Por essas e outras, em julho, a série resolveu lançar, em parceria com a Banana Republic, um concurso para fãs da produção. Para participar, os inscritos deveriam retirar uma espécie de manual nas lojas da marca e produzir fotos com suas versões do estilo Mad Men. Como prêmio, a melhor imagem ganharia uma participação em um dos episódios da série.

Os dez homens e as dez mulheres mais votadas em eleição online passam para a fase seguinte. Depois de um mês de votação online, e com grande vantagem sobre a segunda colocada, está uma brasileira, aliás, brasiliense. Até o fechamento desta matéria, Carolina Monte Rosa recebeu mais de 111 mil  votos,  quase 80 mil a mais que o segundo lugar. Mas quem é essa brasiliense que caiu no gosto dos fãs do seriado? O Mistermag correu atrás e conseguiu uma entrevista exclusiva com Carolina Monte Rosa.

A jovem de 29 anos já trabalhou como atriz em Brasília, gravou longa-metragem, foi apresentadora de dois programas e ainda participou de algumas edições do Capital Fashion Week e Fest Noivas. Atualmente, Monte Rosa mora em Baltimore, faz mestrado em Artes, e sonha em um dia viver apenas do seu talento. Dá uma olhada no nosso bate-papo com a atriz.

Você nasceu em Brasília e trabalhou como modelo, antes de se mudar. Fale um pouquinho da sua trajetória.

Eu comecei como modelo na Agência Look, de Vanilson Coimbra! Na época, eu cursava Administração na UnB. Foi quando recebi um convite para um teste na TV Brasilia. Deu certo! Apresentei o Agenda Brasília e logo em seguida o memorável Oficina Mix, com Cláudio Chandelle. De lá pra cá, apresentei ainda o Pop Music e o Festas e Noivas, do diretor Francisco Pinilla. Ao mesmo tempo comecei a estudar artes cênicas com a diretora Luciana Martuchelli. Estamos em 2002. Já que a Comunicação estava fluindo, no ano seguinte achei importante o diploma de jornalista. Afinal, estava na capital do país! Lá vamos nós para o curso no IESB, que finalizei em 2007. Durante todo esse tempo, o teatro foi minha grande paixão e descoberta. Em 2008, achei que era um bom momento de partir para novos mercados e apostar na carreira artística. Em 2009, estava em Baltimore para adaptar à uma nova cultura, língua e aprofundar meus estudos em Arte.

Atualmente, enquanto a cabeça ferve no mestrado, o corpo experimenta cursos intensivos e testes aqui e acolá. Passei dois meses em Nova York estudando atuação no início do ano.   

Teve alguma experiência por aqui com o Teatro?

Passei brevemente pela Cia da Ilusão (do Alberto Bruno e Antônio Fábio na época). Cursei uma disciplina com o Hugo Rodas na UnB quando ainda cursava Adm, era minha matéria livre! Com a diretora Luciana Martuchelli passei uns bons seis anos estudando e absorvendo o método bioscênico baseado em vivências criado por ela e a psicóloga Suzanne Ricarte. Foi um universo extremamente rico e desafiador. Com a Cia YinspiraçãoPoéticas Contemporâneas, apresentamos A Página em Branco, Medéia – Gaia em Fúria e ARS – As Mil Folhas Peladas dos Poemas, todos dirigidos pela Luciana.

E o cinema começava a pintar. Depois das pequenas participações em A Concepção e O Galinha Preta, O Beijo da Meia Noite, do Jefferson Matoso entrou para o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e parece que trouxe boa sorte!

Cena do curta “Acceptance”

“Heads/Tails” – Hostpur (Clique aqui para ver o vídeo)

Há quanto tempo mora em Baltimore?

Há cerca de um ano e meio.

Como surgiu a idéia de participar do concurso?

Descobri o concurso nos comerciais da série, que eu amo…

Você está trabalhando em algum projeto agora?

Estou gravando o longa independente Amateur Hour, do Sam Moussavi e Justin Dagostino. Faço a Appolonia, meu primeiro protagonista em longa. Acho que vai dar samba! Terminei recentemente o curta The Story of John, dos irmãos The Robinson Brothers e um piloto para TV que não dá pra falar muito ainda..

Você é fã da série? Qual seu personagem favorito?

Fãzona! Descobri a série há pouco tempo, passei uma semana inteira assintindo duas temporadas. Meu personagem favorito, além do Draper, é a tríade Betty, Joan, Peggy. Acho essas três personagens absolutamente interessantes e brilhantemente interpretadas.

Onde foi produzida a foto que você enviou?

Foi clicada em estúdio, por Zuleika de Souza! Hehe, claro, tem toda uma produção. Pra mim, ela remete à beleza e à feminilidade da época.. e ao boom da propaganda, que é o tema da série.

Foto enviada para o concurso

Por que você acha que a sua votação disparou? Houve uma campanha muito grande ou você credita o sucesso a sua foto?

Deve-se ao internauta brasileiro, sem dúvida. À solidariedade do meu povo. Postei o link da campanha no facebook. De lá o Victor Leal postou no Twitter. Pronto, os blogs adotaram o mote e começou-se a campanha na internet, iniciada pelo Jacaré Banguela. Todos foram cruciais. Com o Kibe Loco, a campanha foi parar na Globo.com, e tem repercutido até aqui no The Baltimore Sun.

Você já tem alguma informação de como será a participação da vencedora?

Nenhuma informação. O concurso não exigia nenhum pré-requisito em termos de atuação, então imagino que a proposta seja um papel pequeno. Porém, quem vai escolher o vencedor é quem escreve a série. Nesse caso, tudo é possível. Por que não uma personagem brasileira?

Você acredita que terá alguma dificuldade com o sotaque brasileiro?

Até hoje esse foi um fator positivo. De qualquer forma, não tenho um sotaque muito acentuado, o que um treinador pode me ajudar se for o caso.

Quais são seus planos daqui para a frente? Tem alguma vontade de trabalhar no Brasil? Teatro ou televisão?

Até agora plantei a semente! Espero colher os frutos seja aqui ou no Brasil. Quanto ao veículo, amo cinema, mas um ator não vive sem o teatro. E se pintar TV, tô dentro!

Se você pudesse escolher uma outra série para atuar, qual seria? Que personagem faria?

Os Normais! Mas não dá pra substituir a Fernanda Torres, né?! Todo o tempo livre que estive em Nova York passei assistindo o seriado.. como é bom!

A votação vai até dia 17 de setembro. Clique aqui para votar em Carol Monte Rosa.

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1 comentário sobre “Brasiliense na série “Mad Men”

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